
Silvinei Vasques é um ex-diretor da Polícia Rodoviária Federal. Acusado de complô para impedir a posse de Luís Inácio Lula da Silva em janeiro de 2023, usava tornozeleira eletrônica já com uma sentença de mais de vinte anos em andamento.
O chamado plano contra a democracia no Brasil, no final do Governo Bolsonaro, não teria dado certo e muitos figurões de então estão sendo julgados e presos.
Inconformado, Silvinei arrebentou a geringonça da perna e tentou uma fuga para o exterior que teria sido espetacular se tivesse dado certo. Uma coisa porém, um detalhe solerte, uma sensibilidade inimaginada nos chamou a atenção: o fugitivo, ao ser detido em um aeroporto sul-americano, levava consigo, sob suas asas e sob os seus cuidados, o seu cão pitbull.
Não faltou o saco de ração. Carecia manter a integridade do seu melhor amigo. Era tudo que lhe restava além dos inimigos implacáveis a ranger os dentes da revanche.
A lei é dura – principalmente para os inimigos. A lição deve ser inesquecível, mormente contra quem investiu contra a liberdade do pobre povo brasileiro. Dura lex, sed lex, lembraria Pamplona.
Aqui e agora, a meu lado, Lady minha fiel assessora dorme o sono dos justos. A sua assessoria é o seu cheiro, o seu ronco e a sua fidelidade. Eu sei que ela sempre estará no meu lado a me prover um conforto que só ela sabe dar; conforto providenciado por Deus.
Assim pensava Silviney quando, para o bem ou para o mal, carregou ao lado o seu melhor amigo que, esperamos, ninguém impedirá de visitá-lo na masmorra onde se meteu.
Francisco Nery Júnior





