
Por Francisco Nery Júnior
A turma de Maninho, já quase meio-dia, voltou à minha rua para um trabalho de manutenção e limpeza irretocável. Ancinho de um lado e picareta do outro, pás e enxadas pra frente e a rua brilhou como deve brilhar para o Natal. Carecia uma comemoração.
Aos goles de coca-cola e cream-crackers, comemorávamos. Como moradores típicos do local, temos empresários, filhos de empreendedores, professores, jovens senhores e senhoras bem aposentados e tudo mais.
José da pipoca, assim ele é conhecido pela excelente qualidade da pipoca que vende na Rua da Frente há muitos anos, meu vizinho ao lado, foi se aproximando. “Vamos ter pipoca na nossa comemoração”, exclamei.
José não trouxe nem um grão de milho não explodido, daqueles que sobram no fundo do saco de pipocas que costumamos comprar – e saborear – lá no centro da cidade. José trazia uma sacola cheia de cocos, provavelmente do seu quintal, e os distribuiu, um a um, entre nós outros.
Foi quando me lembrei da máxima repetida pelos nossos avós que diz que pobre é quem ajuda pobre [sem interesse na compra do voto]. José nos ajudou, em clima de Natal, com o que tinha de melhor para nos ajudar.







