
Um vídeo publicado nesta quinta-feira, 16 de outubro, na página @pauloafonsocomoeuvejo, gerou ampla repercussão nas redes sociais ao mostrar o corte de árvores no Parque Belvedere, um dos principais cartões-postais e pontos turísticos de Paulo Afonso (BA).
Conhecido por sua extensa área verde, sombra e localização às margens dos lagos da barragem da Chesf, o local é símbolo da beleza natural e do lazer da cidade.
Nas imagens divulgadas, trabalhadores aparecem realizando a supressão de árvores, o que provocou indignação entre muitos internautas. Nos comentários, diversas manifestações expressaram preocupação com o desmatamento urbano:
“Onde é que Paulo Afonso vai parar? Toda semana várias árvores sendo cortadas, sem condições isso aí”, escreveu uma moradora.
Diante da repercussão, o site PA4 entrou em contato com a Secretária Municipal de Meio Ambiente, Jamile Coelho, que encaminhou uma nota técnica detalhando os motivos da intervenção.
📄 O que diz o laudo técnico
De acordo com o Laudo Técnico nº 0023/2025, emitido pela Secretaria Municipal de Meio Ambiente (SEMMA), as ações foram resultado de vistoria técnica realizada nos dias 29 de agosto, 15 e 16 de outubro, no Parque Belvedere.
O documento aponta que o trabalho teve como objetivo avaliar a condição fitossanitária das árvores que apresentavam sinais de comprometimento estrutural e sanitário, com risco iminente de queda.
Foram identificadas quatro árvores mortas, sendo três mangueiras (Mangifera indica) e um pinheiro (Pinus sp.), além de um coqueiro (Cocos nucifera) em avançado estado de deterioração.
Nos exemplares de mangueira foi constatada a presença de doença fúngica conhecida como “morte decrescente”, caracterizada por necrose progressiva dos galhos e morte fisiológica da planta.
O pinheiro apresentava coloração escura no tronco e ausência total de folhagem, enquanto o coqueiro estava com estrutura comprometida e risco elevado de tombamento.
Segundo a SEMMA, o corte foi necessário para garantir a segurança dos frequentadores do parque, uma vez que as árvores poderiam cair e causar acidentes ou danos à infraestrutura.
🌱 Compensação ambiental
A Secretaria informou ainda que, como medida compensatória, está programado o plantio de sete novas árvores nativas no próprio Parque Belvedere, no dia 17 de outubro de 2025.
Essas mudas terão altura mínima de 1,5 metro e serão espécies nativas da região, contribuindo para o replantio e a manutenção da biodiversidade local.
A nota ressalta que todas as ações seguiram critérios técnicos e legais, conforme a Lei Federal nº 12.651/2012 (Novo Código Florestal), além da Lei Municipal nº 906/2000, que regulamenta a retirada de vegetação arbórea em áreas urbanas com exigência de compensação ambiental.
Em parecer final, a Secretaria de Meio Ambiente autorizou a supressão das quatro árvores mortas e do coqueiro e determinou o replantio de sete novas mudas nativas, reafirmando que o manejo preventivo é essencial para evitar acidentes e preservar a arborização urbana.
“Árvores mortas ou com estrutura comprometida podem sofrer queda total ou parcial, com risco de causar danos físicos, materiais e até acidentes fatais. Por isso, o manejo da vegetação ocorre com base em critérios técnicos e de segurança urbana”, destacou a secretária Jamile Coelho, em nota.





