
Por Francisco Nery Júnior
Lá nasceu Paulo Afonso há nada menos que 300 anos. Século dezoito (1725) como sesmaria que evoluiu para entreposto de gado e mercadorias. Aqui, na Tapera, palavra do tupi original, aldeia ou casa simples e extinta. O Brasil já pulsava antevendo um futuro promissor. O Brasil colônia foi muito mais intenso do que nos ensinam os livros de história.
A nossa Tapera não se extinguiu porém. Recusa-se idosa e se moderniza a olhos largos. Dá para ver – e sentir – que a turma ama o pedaço embrião da nova Paulo Afonso. O pessoal é sensível e reconhecido aos seus ancestrais. De lá, sem nenhum demérito para os bairros mais recentes, os melhores alunos que passaram nas nossas escolas.
Amigos, responsáveis e cordatos que se fizeram vencedores muito mais pelos seus méritos que por condução ou orientação dos mestres. Tapera bem ao lado do BNH de onde podemos constatar a sua evolução.
Hoje, 03 de outubro, começam as festividades em comemoração dos 300 anos da Tapera. Espaço no último dia da Festa de São Francisco e um Beco da Cultura desta vez no bairro.
Tapera que um dia alguém resolveu transpor para Centenário. Tapera que sempre defendemos, nesta coluna, a sua volta. Tapera que implica o sucesso inegável do bairro. Tapera que, como das cinzas da Fênix, implica renascer.
Em 03 de outubro, que volte a Tapera como não desapareceu no Amaury Menezes o BNH e, esperamos, não desaparecerá a Rua do Gangorra. Tapera é mais sutil que Centenário. É enunciado, o nome, com mais fluidez. Tapera é a alma dos seus componentes saindo pra fora da boca em embalo de paz e confiança no futuro. Tapera bem significa um Brasil que vai ficando para trás e renasce com toda pujança no sucesso dos seus cidadãos.
a sugestão de um presente de peso para o bairro que bem poderia ser a urbanização da lagoa em frente ao cemitério cada vez menor, antes que ela seja totalmente abocanhada pela especulação imobiliária. Aquela pedrona que logo surge à nossa frente, a água da chuva costumava chegar até ela. Dona Olívia, ex-colaboradora do Ciepa, das melhores, já falecida, nos deixou este testemunho.
Que venha a urbanização pela Prefeitura e que algum tipo de publicação contando a história do bairro seja impressa pelos nossos historiadores e distribuida aos nossos cidadãos.
O autor desta matéria mora no BNH, utiliza a Rua do Coqueiro, desce a Rua do Gangorra e frequenta a Rua da Frente. É vizinho orgulhoso do Bairro da Tapera.





