
A fala do vereador Jailson Oliveira, líder da bancada de oposição na Câmara Municipal de Paulo Afonso, repercutiu fortemente nas redes sociais e em grupos de WhatsApp. Durante a última sessão na manhã desta segunda-feira (6), o parlamentar se dirigiu à secretária de Saúde, sua conterrânea, com tom considerado agressivo e ameaçador:
“Estou dando um prazinho, minha conterrânea. Se não fizer o que o município precisa é pau, é cacete e é chibata nesta tribuna. Não pense que porque você é minha conterrânea que eu vou passar a mão, não”, disse o vereador.
A declaração gerou forte reação pública, com diversos comentários de repúdio nas redes sociais. Entre as manifestações, ganhou destaque uma carta aberta escrita pelo cidadão Itaibes Paiva, ex-servidor público, em defesa da secretária e em crítica à postura do vereador.
No texto, Itaibes expressa solidariedade e respeito à gestora e classifica o comportamento do parlamentar como “agressivo, ameaçador e profundamente desrespeitoso”, afirmando que o episódio “envergonha a cidade e fere os princípios básicos de convivência democrática”.
A carta também cobra providências da presidência da Câmara, apontando que atitudes como essa “não são estilo combativo, mas abuso”, e denuncia o ato como “misoginia travestida de autoridade”.
Encerrando a mensagem, Itaibes reafirma o apoio da população à secretária:
“Que esse episódio sirva não para silenciar, mas para fortalecer sua atuação. Paulo Afonso já não suporta mais esse tipo de atitude. E quem insiste em praticá-la, precisa ser responsabilizado.”
Diante da repercussão, o @sitepa4 entrou em contato com o vereador Jailson Oliveira, que se pronunciou sobre o episódio. Em nota, o parlamentar afirmou:
“Durante minha fala na tribuna da Câmara Municipal, usei uma expressão popular ao afirmar que, caso a Secretaria de Saúde não apresente resultados, ‘o pau vai comer’, no sentido de que voltarei a cobrar com mais firmeza.
Alguns, no entanto, estão tentando distorcer o contexto, insinuando que minhas palavras teriam conotação machista ou ofensiva à secretária, o que não corresponde à verdade. Minha fala foi dirigida à atuação da gestão, e não à pessoa ou ao gênero de quem ocupa o cargo.
Tenho profundo respeito por todas as mulheres, inclusive por aquelas que dedicam sua vida ao serviço público. Sempre reconheci e defendi o papel essencial das mulheres na política, na administração e em todas as áreas da sociedade.
A expressão usada foi no sentido figurado, uma forma popular de enfatizar a cobrança e a insatisfação com a falta de resultados — jamais um ataque pessoal ou desrespeitoso.
Continuarei firme no meu dever de fiscalizar e cobrar o que é de direito da população de Paulo Afonso, sempre com respeito, responsabilidade e compromisso com o povo.”





