18 de dezembro de 2025

FRANCISCO NERY: Canil da Polícia Militar

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Os sites da cidade anunciam o início do canil da Polícia Militar em Paulo Afonso. Nada mais alvissareiro que um canil. Os cães humanizam a nossa vida. O nosso cotidiano fica sem dúvida alguma mais bonito – e mais leve – com o balançar da cauda dos cães. Eles nos foram dados por Deus para isto. No Batalhão de Paulo Afonso, mais ainda; melhor ainda. Ficarão entre soldados. Farão parte da tropa. Permearão a vida e as pernas de homens treinados para caçar bandidos; treinados para manter a ordem: ordem a qualquer custo, ordem mantida, muitas vezes, com o sacríficio da vida. É entre esse pessoal que agora ficarão os cães.

Quando se fala na Polícia Militar, me vem sempre à mente a Velha Polícia do Estado da Bahia. Me vem à mente a Polícia dos velhos coronéis. Vivi no meio de muitos deles, parentes e amigos. Eram respeitados na vizinhança. Mantinham a moral. Cuidavam da ordem pública por questão de honra e de caráter. Estão quase todos mortos agora. Deixaram a bela e paradoxal doce herança de dureza para os oficiais mais novos, agora formados nas academias, mais familiarizados com as técnicas científicas de policiamento e investigação.

Os cachorros só vão acrescentar a uma instituição que, como força auxiliar das Forças Armadas, está no topo da avaliação positiva da população. As Forças Armadas no Brasil não perderam o respeito e a estima da população. Intuitivamento o povo entende que elas não intervêm no processo político do país. São ocasionalmente chamadas a intervir e o fazem com competência se nós observarmos a História do Brasil com olhos sem paixão. O Exército dos taciturnos generais de 1964 perdeu uma excelente oportunidade de devolver o poder aos civis mais cedo do que fizeram embora tenham governado bem o Brasil. O país cresceu a taxas espetaculares nas décadas dos militares com o povo vendo o dinheiro dos empréstimos externos empregado em projetos de desenvolvimento.

Voltando aos cães, teremos, a partir de agora, com os cães da Polícia Militar da Bahia, cães com 500 quilos de pressão por mordida, uma cidade mais feliz. Seremos mais alegres e mais humanos com os cães, contanto que as ditas mordidas fiquem reservadas para os bandidos, principalmente os que matam policiais, estupram velhinhas de mais de setenta anos e usurpam o dinheiro suado dos trabalhadores. Mordidas poderosas dos cães e balas dos policiais para eles dentro da lei, evidentemente.

Não temos ainda uma associação protetora de cães na cidade. A Polícia Militar pode ser o vetor adequado para isto. Pode desfilar os seus cães garbosamente pela avenida induzindo nós outros a melhor tratar e acolher os nossos. Eles só têm a colaborar. São amigos fiéis e ajudam na recuperação de vários tipos de doenças psicológicas. São feitura do Criador e não merecem ser largados à própria sorte. Foram domesticados e adquiriram o direito à assistência e ao amparo. Falta apenas que o poder competente elabore um programa de controle e assistência aos nossos cães. Se fizermos isto, estaremos simplesmente nos outorgando um diploma de civilização e humanidade.

Francisco Nery Júnior

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