
PAULO AFONSO – Evinha Oliveira (Solidariedade) cedeu parte do seu tempo na tribuna, nesta segunda-feira (08), para que Aislane de Sá Oliveira, de 30 anos, mãe do garotinho Théo, que morreu há dois meses, após ser atendido no Hospital Municipal, pudesse falar.
A moça procurou a vereadora há cerca de uma semana e disse que seu filho, que tinha apenas 8 meses, foi vítima de negligência médica.
O pedido de Evinha foi atendido após votação dos colegas. Aislane seguiu com um relato doloroso da perda do filho, que enterrou sem saber exatamente qual a causa da morte.
A vereadora concedeu entrevista à rádio Angiquinho FM, e, na condição de presidente da Comissão de Saúde da Câmara, disse que vai tomar as providências legais para que a prefeitura abra uma sindicância e descubra o que de fato aconteceu no atendimento do bebê Theo.
“Ela disse que me procurou como mãe, para que eu levasse essa questão que dói na alma, mas que trouxéssemos aqui para a Câmara e déssemos voz a ela, e assim evitássemos que outras pessoas passem pela mesma tragédia”, comentou.
“O nosso papel é abrir espaço para a população”
Evinha observou que Aislane é corajosa. “Primeiro ela perdeu um filho, e segundo, outras pessoas não têm essa coragem, têm medo de retaliação; faz apenas dois meses que o bebê morreu, e ela está aqui, expõe tudo isso para a gente.”
“É um dano irreparável”
De acordo com a parlamentar, nesse grau de gravidade foi a primeira denúncia que chegou ao seu gabinete, por isso se faz necessária uma investigação apurada sobre o que aconteceu no Hospital Municipal:
“Eu venho dizendo desde o início do meu mandato que a Saúde no município está caótica, então em meio à falta de medicamento, de insumos, agora a gente tem perdas de vida, e isso é irreparável, qualquer outra coisa é possível reparar, mas isto não.”
Um requerimento para abertura de uma sindicância
“A prefeitura tem essa prerrogativa, então eu vou pedir por meio de requerimento que ela abra uma sindicância e apure os fatos. Também vou levar a denúncia ao Conselho Municipal de Saúde, e pedir que se manifeste sobre o caso. A mãe quer uma explicação, ela quer saber o que aconteceu com o filho dela”, enfatizou Evinha.
“No mês de agosto nós aprovamos um projeto de lei que pede medidas de proteção contra violência obstétrica, está à espera da sanção do prefeito; se tiver alguma vítima desse tipo de violência, erro médico, pode vir ao meu gabinete para conversamos”, acrescentou.
Da Redação – O que diz a prefeitura:
“O Hospital Municipal de Paulo Afonso (HMPA) ressalta sobre o atendimento prestado a criança Théo Joaquim de Sá Oliveira, que recebeu todo o acompanhamento da equipe na unidade de saúde, ficando em observação e medicada, ao comparecer ao hospital, no dia 6 de setembro.
Ao observar o estado da criança, que encontrava-se, de acordo com o prontuário, “em estado geral bom, afebril, corado, ativo, hidratado”, o médico plantonista encaminhou o mesmo para casa com medicação a ser administrada (antibiótico), bem como a realização de uma ultrasom cervical.
Após dois dias, em 8 de setembro, o menor retornou a unidade de saúde, por volta das 4h40 da madrugada, apresentando um estado grave – com febre alta e a falta de apetite, relatado pela genitora. Ao chegar, o garoto recebeu novamente todo o suporte médico e de atendimento da equipe do HMPA, mas que devido ao seu estado, o levou a óbito.
A equipe do Hospital Municipal Aroldo Ferreira reforça o trabalho e prestação de todo o atendimento necessário ao menor Théo, e continua se solidarizando com os familiares, na certeza de prestar um serviço responsável e de comprometimento com a comunidade.”





