
Foi a notícia que deverá haver mudanças no nosso trânsito que inspirou esta crônica. A turma da Prefeitura está reunida para a implementação de alterações no nosso sistema viário, turma que nos impõe confiança, diga-se de passagem. A turma do outro setor poderia pongar no bonde e estudar uma maneira de nivelar as nossas calçadas onde frequentemente tropeçamos, tombamos e caímos.
Vamos nos ater aos quebra-molas – que muito bem poderiam ser um símbolo perfeito de Paulo Afonso, já que a torre de transmissão é o símbolo da Chesf, a nossa redentora econômica.
Eles são lindos. Gracinhas, no jargão de Hebe Camargo. Pintadinhos de preto e amarelo, como manda a lei, dão um toque especial à nossa cidade. Olhamos e nos animamos. Dentro dos carros, até saltamos com eles. Aliás, por eles. Vamos para cima, em riba como falam os nossos campesinos – e os espanhóis. “Arriba, España”, a frase final de Francisco Franco, general unificador do vizinho de Portugal.
Os quebra-molas são fundamentais para o programa social Bolsa Família. Metade do preço da gasolina que pagamos nos postos financia o Bolsa Família. Claro, há que haver uma fonte de financiamento para o programa considerando que o governo não tem uma fonte de dinheiro nos fundos do Planalto. Os fundos saem decididamente do fundo dos nossos bolsos – e os políticos faturam os votos. Nesse imbróglio, menos ruim que eles alimentam os nossos irmãos famintos ou desprezados. Pagamos com satisfação, líquida e certamente. Primeira e segunda marchas e o consumo de combustível aumenta, como aumenta o lucro dos também bravos donos de postos e a arrecadação que vai sustentar o Bolsa família.
Os bairros, as ruas e as casas ficam lindos de morrer (desta vez do jargão de Sérgio Bittencourt, filho de Jacob do Bandolim). Cores e apetrechos, como no caso dos nossos brinquedos de rua, os quebra-molas, valorizam as nossas vias. Uma rua com quebra-molas torna-se valorizada! O preço de revenda dos imóveis sobe, como sobe a arrecadação advinda da transação. Quem já comprou algum imóvel sabe a que nos referimos. Eles sabem e os bolsos choram.
Há também o fator lazer – prazer melhor dizendo – na presença de um quebra-molas. Que melhor do que, após um dia laborioso e estafa, sentar-se à porta da casa, pernas estiradas com todo o direito de estar, e observar o semelhante no ápice do prazer mundano descrito no terceiro parágrafo? Isto também é amor ao próximo.
Um quebra-molas na frente da casa é sinal de poder! Cara carrancuda a dizer “aqui quem manda sou eu”. Não é assim em toda a História? Os homens sempre correram atrás do poder. Uns poucos, muito poucos, para fomentar o desenvolvimento e a diminuição do fosso social que os lavradores de pautas de doutorado chamam de gap, termo emprestado do inglês.
Então, leitor, aceite, por favor, esta simples ode aos nossos já indispensáveis companheiros, até amigos íntimos de todos nós. Afinal de contas, se você não pode com o inimigo, junte-se a ele.
Francisco Nery Júnior





O trânsito de Paulo Afonso deveria ser conduzido por alguém que tenha conhecimento técnico (no mínimo)… Basta um giro pela cidade e pode se ver a desorganização nas vias…
Caro professor, o municipio em vez de multar aqueles que não sabem se comportar no trânsito, acham mais facil punir a todos com esse excesso de quebra molas, além de termos uma agência de trânsito meramente decorativa(inoperante no trato de fiscalizar e multar), são carros estacionados na contramão, em mão dupla, e pasme caminhôes estacionados em calçadas, e o velho jeitinho brasileiro, se tiver amigo na prefeitura ou na câmara municipal tem multas anuladas, não basta educar os maus condutores, tem que acabar com a farra e distribuição de CNH … isso faz um estrago enorme a longo prazo, enquanto a prefeitura não se moraliza, tome punição para todos, tome quebra molas.
Que viagem
Para começo de conversa, a legislação de trânsito proíbe a instalação das ‘ondulações transversais’ ou ‘quebra-molas’, só admitidas em casos especiais, com autorização expressa da autoridade de trânsito e depois do estudo de outras alternativas.
Na verdade, o ‘quebra-molas’ é uma excrescência só admissível num país que não respeita a lei nem os direitos do cidadão. A rigor, deveriam ser banidos de ruas e rodovias, pois:
Não respeitam as dimensões estabelecidas pelo CONTRAN. Mais altos que a altura máxima e mais estreitos que a largura mínima, danificam até carros em baixa velocidade;
Não observam as exigências feitas pela lei em relação ao fluxo máximo de veículos, movimentação de pedestres e distância mínima da esquina;
Raramente são precedidas pela obrigatória sinalização vertical para alertar o motorista de sua existência;
Cada vez que o motorista reduz a marcha antes da lombada e volta a acelerar, há um aumento de consumo e emissões;
Inúmeras lombadas são próximas a favelas e a redução de velocidade facilita o bandido de apontar a arma para o motorista;
Muitas têm objetivos meramente eleitoreiros, para beneficiar moradores próximos;
Às vezes são construídas por populares e fica tudo por isto mesmo…
A legislação específica (CONTRAN – 600/16) é muito clara também ao proibir tachos e tachões (conhecidos também como “tijolinhos”) colocados transversalmente para limitar a velocidade.
(continuará)
A TÉCNICA!!!!!
Que horrível. A cidade tá cheia de xaropes com habilitação comprada atrapalhando o trânsito. Na ponte de acesso à Paulo Afonso ilha VIROU MODA o carro quebrar pra provocar engarrafamento…. será que isso é uma TÉCNICA SIMBOLIZANDO PROTESTO para construção de uma nova ponte que entra e sai político e ninguém faz nada???? O governador de nosso estado que tanto esculhamba o presidente não tá nem ae pra nós pauloafonsinos….. A prefeitura ao instalar QUEBRA RODAS nas ruas lembre-se de pinta-los…. E claro… Nossa cidade não tem nenhuma passarela de pedestre, na feira grande precisa de uma….
Obs. Em frente ao Gbarbosa e lojas americanas precisam também….
Os quebra molas só trazem transtornos ao cidadão de bem. Muitos dizem que eles servem para inibir os motociclistas irresponsáveis. Será? As motos continuam voando por cima, já os pobres motoristas sofrem com o desprazer em dirigir nesta cidade.
Muito bem professor, Nery! Vamos torcer para que essa equipe possa ensinar aos motoqueiros que *quebra molas* significa redutor de velocidade e não uma prancha pra empinar motos!
O comentário de Pedro Mascarenhas, neste espaço, é esclarecedor. Parabéns pelo acréscimo.
E simples passa s cobrar bilhete de estacionamento ZONA AZUL.