22 de dezembro de 2025

A entrada suave em 2021 e o benefício da dúvida. Por Francisco Nery Júnior

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REDAÇÃO - PA4.COM.BR

Imagem ilustrativa/Google

O ano anterior foi duro. Um ínfimo vírus nos colocou a pensar. Nós nos lembramos que podemos pensar. Mais ainda: ao pensar, caímos na realidade cruel da nossa pequenez. Uma pequena partícula apareceu do nada, pelo menos assim acreditamos, para estarmos bem alertas que podemos, a qualquer hora, ser varridos da face da terra – por um vírus, vale repetir.

 

Pensamos e nos conscientizamos. Não importa que um grande pensador tenha afirmado, mais para trás, que a única coisa importante na vida é a jardinagem e que outro tenha chegado à conclusão que o verdadeiro êxtase é o amor. Assim concluíram após longa vida de pesquisa e meditação. Assim reduziram toda uma montanha de escritos e dissertações.

 

Pensados e conscientizados, que tal um pouco de dúvida sobre o que produzimos até agora ou sobre nossas ações e juízos passados? A sugestão ainda não é a redução da nossa produção. Eu me refiro ao benefício da dúvida no que tange ao conceito e ao julgamento que fazemos dos outros. O nosso direito ocidental está calcado no Direito Romano. E os romanos não eram bobos. Na dúvida, a favor do réu, preconizavam.

 

Com efeito, renascidos com o novo ano, podemos cultivar o beneplácito da dúvida quando nos for imposto conceituar, julgar ou condenar alguém. E se o outro for inocente? Poderíamos até questionar se, culpado, poderemos agora estar lidando com (julgando) alguém que renasceu.

 

E a história que passo a relatar aconteceu na minha casa. Apenas minha mulher e eu. Já deitados para dormir, percebi algumas notas de real no bolso do pijama. Por comodidade – o dia tinha sido pesado e o corpo pedia sono – coloquei o pequeno maço de notas na sandália ao lado da cama. Pela manhã, ao acordar, procurei as notas que havia colocado em cima da sandália. Haviam desaparecido.

 

Houvesse alguém mais na casa, a dúvida teria persistido por longo tempo. Alguém certamente teria pegado o meu dinheiro. As portas da casa não estavam violadas. As fechaduras permaneciam cerradas. O mistério se estabeleceu.

 

Cerca de três meses passados, encontramos, roídas pela metade, atrás do guarda-roupa do outro quarto, as notas que haviam desaparecido. Um rato sovina, corrupto ou faminto, não sei, havia surrupiado as minhas notas. Ainda bem que um agente da Caixa Econômica Federal trocou os farrapos de notas por outras recentemente emitidas pelo Banco Central.

 

Então, menos julgar. Ou não julgar. Até, porque, “com a medida com que julgardes, sereis julgados”.

 




 



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COMENTÁRIOS

Comentários 1

  1. Aldson Miná says:

    Esse rato lembra muito os “ratos” corruptos que roem nosso dinheiro dos impostos….

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