Produtores de Coco de 11 estados fundam a Aprococo Brasil

Produtores de coco de todo o país se uniram para fundar a APROCOCO BRASIL – Associação Nacional dos Produtores de Coco. A fundação da instituição ocorreu durante a 1ª Convenção Nacional dos Produtores de Coco, realizada entre os dias 17 e 18 de Janeiro de 2019, em Salvador-BA no Auditório da Secretaria de Agricultura da Bahia.

Dentre os vários objetivos da APROCOCO BRASIL, destaca-se devido à sua alta relevância, o desenvolvimento dos Padrões de Identidade e Qualidade (PIQ) para os produtos derivados do coco, uma vez que, no Brasil, tais produtos são utilizados como “alimentos vinculados a uma vida saudável”. Sob a anuência das autoridades de saúde do país, atualmente o mercado está desregulamentado, uma vez que permite qualquer tipo de manipulação dos produtos derivados do coco em relação às suas propriedades originais sem a imposição de padrões que preservem as mesmas ou mesmo que sejam informadas ao consumidor.

Segundo Reinaldo Nascimento, a Associação é importante porque irá integrar as ações dos associados em benefício da melhoria do processo produtivo e principalmente dos fatores de comercialização.

Ainda de acordo com Reinaldo, a associação irá atuar para restringir importações de derivados do coco, como forma de equilibrar as relações de poder entre produtores, atravessadores e indústria de forma a melhorar a rentabilidade das propriedades rurais.

“O consumidor brasileiro vem sendo enganado de forma sistemática e perversa, com uma chuva de produtos derivados de coco importados que não possuem padrões de identidade e qualidade. A água de coco reconstituída proveniente da Ásia é da pior qualidade e está servindo para queimar um mercado promissor”, diz Nascimento.

A venda da chamada “água de coco reconstituída” não é contra a lei. No entanto, os produtores reivindicam mais transparência nos rótulos.

“A verdadeira água de coco é fabricada em um coqueiro. A partir daí, considero que quanto mais processada a água de coco, a qualidade decresce. A água de coco “reconstituída” então seria uma água tipo ‘D’. A melhor água de coco envasada é a gelada com curto prazo de validade. As águas envasadas não reconstituídas em embalagens de longa duração esterilizadas são uma opção viável e interessante sob certos aspectos”, ponderou Reinaldo Nascimento.

Por fim, Ribeiro alerta para o drama do “coco ralado” e do “óleo de coco”. “Mais de cinquenta porcento de todo o coco ralado consumido hoje no país não passa de uma ração, importada de países como Indonésia e Tailândia. Nestes países o coco é destinado para a produção de óleo de coco para fins industriais. O que sobra após a extração do óleo é uma ração fibrosa que poderia ser destinada para fazer composto para consumo animal e que atualmente é exportada para Brasil. Aqui é reembalado e vendido como coco ralado integral. Lastimável também é a venda de óleo de coco, por exemplo, para veganos, aonde alguns fabricantes descaradamente indicam não conter os ácidos láurico e caprílico, tidos como benéficos à saúde por combater o colesterol e infecções bacterianas, dentre outros benefícios. Um óleo de coco que não contém tais ácidos, não pode ser chamado de óleo de coco, pode ser outra coisa, menos, óleo de coco”, afirma Ribeiro.

Segundo Reinaldo Nascimento, com o aumento da importação do concentrado de água de coco, o produtor brasileiro deixou de vender aproximadamente 300 milhões de cocos em 2018, deixando de circular nas fazendas mais de 130 milhões de reais. Reinaldo afirma que o setor está em crise.

Foram eleitos membros da APROCOCO BRASIL:

 Reinaldo Ribeiro (Presidente);
 Silvano Bizi (Vice-Presidente);
 Marcos David (Diretor de Relações Institucionais e Divulgação);
 Durval Julio Ramos Neto (Diretor Jurídico);
 Renato Moreira (Diretor Técnico);
 Francisco Bezerra (Diretor de Patrimônio);
 Paulo Chaves (1º Secretário);
 Alexandre Lyra (2º Secretário);
 Nuilson Pinto (1º Tesoureiro);
 Antonio Barbosa (2º Tesoureiro).

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