28 de março de 2024

Mantendo as nossas florestas – A Amazônia nossa

Por

REDAÇÃO - PA4.COM.BR




 

 

Em Recife, a caminho de volta para Paulo Afonso, o cheiro da caatinga já perto de sentir, um artigo do ex-senador Cristovam Buarque no jornal de Pernambuco. Vou logo dizendo que o senador não conseguiu a reeleição. Não parecia transar de rato. Logo, como entrar (ficar) em buraco de rato? Cristovam Buarque enfatiza a necessidade – imperiosa – da retirada das fronteiras do mapa da conservação do meio ambiente. A preservação das condições de vida no planeta é de interesse de toda a humanidade.

 

A Amazônia não é nossa. Se a floresta amazônica é nossa, ela assim pode ser considerada se nos considerarmos parte da humanidade. Calma e mais calma. Nada de entreguismo nem falta da nacionalismo. Fique certo o leitor que o que acabamos de afirmar fica condicionado ao princípio de o petróleo dos árabes, os diamantes da África do Sul, o bacalhau da Noruega, o ouro estocado dos Estados Unidos, a tecnologia dos países europeus; tudo isso [ficar] à disposição de toda a humanidade.

 

Não podemos nos colocar contra a exploração compreensiva da Amazônia. Isto é possível. Falamos de uma exploração controlada pelo Estado que existe exatamente para isso. Ad hoc, diriam os versados em latim. Os amazônidas desejam a exploração. As populações mais primeiras da região almejam a exploração racional do que consideram uma dádiva de Deus. Se ouro e petróleo são explorados em todo o mundo, seguindo determinadas normas, por que não a Amazônia? Os índios como tal a desejam. Fico bastante à vontade para escrever. O sangue deles está também nas minhas veias. Sou bisneto de uma índia por parte de mãe.

 

Sobre a posição dos indígenas, procurei me informar com um missionário que frequenta as aldeias. Eu não conseguia entender que seres humanos iguais a nós outros pudessem recusar os benefícios do desenvolvimento. “Mas eles querem, Nery. Quem não quer é a Funai e os intelectuais”, foi a resposta. Um ex-comandante militar relatou que, nas suas visitas de inspeção em áreas indígenas, a pergunta mais frequente era quando a eletricidade e o sinal da internet chegariam nas aldeias.




 

É dever fundamental dos brasileiros manter a Amazônia. Não há base científica para afirmarmos que ela é o [único] pulmão do mundo. Mas, pura e simplesmente, por que destruí-la? Por que defenderíamos o avassalamento irresponsável e simplório da região? Deveríamos reduzi-la a menos de dez por cento como fizemos com a Mata Atlântica? Escaparíamos ao implacável julgamento da Mãe Natureza?

 

Com o general americano George Patton, aprendemos que mais vale uma inspeção do que mil relatos. A visão de cima dos céus da Europa não nos autoriza ficarmos a vergastar os europeus pela eliminação das suas florestas nativas. Testemunhamos inúmeros programas de reflorestamento. Do centro de Roma para o aeroporto, um percurso de cerca de 30 quilômetros, bairros e projetos habitacionais inseridos ou cercados em um verde profundo de dar gosto. Mesmo que a minha inspeção tenha sido perfunctória, ela nos recomenda abandonarmos o argumento da “destruição das matas deles” como justificativa para destruirmos as nossas. Não devemos deixar passar ao largo a oportunidade de sermos diferentes, senão superiores. Por que pularmos na cachoeira quando o vizinho pulou antes de nós?

 

Permita-me o leitor afirmar que eu seria ingênuo em não desconfiar que por baixo do pirão haja carne. Desconfiar de todos os lados, de todos os argumentos e de todas as tendências. Afinal está escrito que quem confia no homem é maldito. Mas também não consigo acreditar, reforçando a tese da exploração responsável, que haja resistência, por parte das populações ou etnias locais, a projetos que podem lhes proporcionar desenvolvimento, bem-estar, conforto e felicidade.

 

Francisco Nery Júnior de Recife…







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