25 de abril de 2024

Faleceu aos 90 anos em Recife (PE), o chesfiano Periperi, ou simplesmente “Peri”

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REDAÇÃO - PA4.COM.BR

A alegria de seu Peri ao conduzir a Tocha Olímpica pelas ruas de Paulo Afonso no ano de 2016. Foto: Arquivo pessoal.

Faleceu hoje (16), aos 90 anos em Recife (PE), Amílton Ferreira Leal, 90 anos, mais conhecido como ‘Periperi”, ou simplesmente “Peri”.

 

Nascido em Salvador e radicado no município de Paulo Afonso há quase 60 anos onde trabalhou na Chesf e na prefeitura. Um dos momentos de orgulho de “Peri” foi quando recebeu o título de cidadão pauloafonsino, concedido pela Câmara Municipal em 1995.

 

Peri morava na rua do Ouvidor, no antigo acampamento da Chesf, ao lado da inseparável mulher Waldir. Ele era pai de Walmir, Djalma, Jorge, Tânia e Ana.

 

Peri morreu em um hospital de Recife onde estava lutando contra problemas de saúde. Ainda não há informações sobre o local do velório e horário do sepultamento.

 

Periperi e a mulher Waldir, com o sobrinho Gílson e os filhos Jorge, Ana, Tânia, Walmir e Djalma (Acervo de Djalma Leal)

Seleção Baiana: goleiro Periperi ganhou até apelido dos chilenos

 

Em abril do ano passado, às vésperas da Copa do Mundo da Rússia, o jornal Correio da Bahia prestou uma homenagem a Periperi, através de uma reportagem especial contando sua trajetória na Seleção Baiana e sua vida em Paulo Afonso. Veja a abaixo:




 

O ‘Pequeno Elástico’ foi destaque na Taça O’Higgins de 1957; aos 90 anos, hoje mora em Paulo Afonso

 

Apesar da euforia pela conquista da segunda edição da Taça O’Higgins, a mídia chilena arranjou um espaço considerável para falar do goleiro brasileiro Periperi, responsável por defesas milagrosas nos dois jogos realizados em Santiago, em que a Seleção Baiana representou a Seleção Brasileira.

 

Além de chamá-lo de “Pequeno elástico”, em referência ao seu tamanho (1,70m) e flexibilidade, ressaltou o fato de o time do Brasil se desestabilizar após ele ter deixado o campo contundido durante a prorrogação, após uma dividida com o atacante Fernández.

 

Torcedor do Galícia, Amílton Ferreira Leal, 90 anos, nascido em Salvador e criado no subúrbio ferroviário de Periperi, sempre recebeu em sua carreira, iniciada no Vitória no começo dos anos 50 do século passado, elogios generosos por sua agilidade e colocação.

 

“Numa partida no Pacaembu, entre as seleções baiana e paulista, em 1957, tive uma grande atuação, defendendo inclusive um pênalti cobrado por Pepe, que possuía um canhão no pé esquerdo”, lembra Periperi, ao frisar ter sido naquele dia parabenizado até pelos adversários.

 

“Pelé estava na reserva e, ao entrar em campo, mudou o jogo. Apesar dos cuidados de Nelinho, ele marcou duas vezes na vitória de São Paulo por 3×1. Num desses gols, ao buscar a bola no fundo das redes, passou a mão na minha cabeça e disse: ‘goleiro, você é bom, mas sozinho não vai fazer muita coisa’”, conta.




 

Reserva de Nadinho no título estadual pelo Vitória em 1953 – o primeiro do clube na era profissional – e inconformado com a situação, Periperi optou por dar baixa na Aeronáutica, onde servia e já alcançara a patente de cabo, e se transferiu no ano seguinte para o Fluminense de Feira, que formava o elenco para competir, pela primeira vez, na divisão de profissionais do Campeonato Baiano.

 

Ídolo no novo clube, foi vice-campeão estadual em 1956, perdendo o título para o Bahia, e diversas vezes convocado para participar do selecionado baiano, que disputava o antigo Campeonato Brasileiro de Seleções.

 

Na foto da esquerda, Periperi entre o zagueiro Walder e o lateral direito Pequeno. Na direita, mostrando a canela ao médico Eduardo Bahiana, da FBDT (Fotos: Acervo de Djalma Leal)

Parceiro de Garrincha e Nílton Santos no Botafogo

 

Em 1952, o goleiro teve uma rápida passagem pelo Botafogo do Rio, onde conviveu com craques como Garrincha, Nílton Santos, Geninho (técnico campeão brasileiro pelo Bahia, em 1959) e Pirilo. “Em General Severiano, tinha goleiro demais. Oswaldo Baliza e Gílson, que jogaram mais tarde pelo Bahia, além de Amauri e Arízio, e eu resolvi então voltar para Salvador”, explica.

 

Com sérios problemas nos meniscos, Periperi encerrou a carreira em 1960 e, logo a seguir, aceitou um convite da Companhia Hidrelétrica do São Francisco (Chesf) para treinar a Seleção de Paulo Afonso. Na empresa, onde ingressou como escrevente, exerceu os cargos de auxiliar de escritório e professor de educação física, aposentando-se como coordenador da equipe de mergulho.

 

Sobre a participação na II Taça O’Higgins e que lhe valeu uma remuneração de um salário mínimo (Cr$ 3,8 mil na época), lembra que, durante a prorrogação do segundo jogo, recebeu uma entrada desleal de Fernández, que atingiu a perna direita, obrigando-o a deixar o campo e a ser substituído por Albertino, então goleiro do Vitória.

 

“Naquele momento, o Chile pressionava, mas nós nos defendíamos bem, jogávamos fechadinhos”, revela, acrescentando que o objetivo do Brasil era manter o 0x0. “Não havendo data disponível para uma ‘negra’, por conta da participação chilena nas eliminatórias para a Copa da Suécia, diante de argentinos e bolivianos, ficara definido que o empate na prorrogação daria a vitória à seleção visitante”, explica.

 

Destaque do jogo, sua saída fez falta à equipe brasileira, que levou um gol aos 12 minutos da primeira fase do tempo extra, através do maldoso Fernández. Ele soube de maneira inusitada: “Quando era levado numa ambulância para o hospital, um enfermeiro que me acompanhava deu uma risada e eu perguntei o que houve. Ele respondeu alegremente: o Chile fez um gol”.










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COMENTÁRIOS

Comentários 9

  1. Vailson Teixeira says:

    Meus sentimentos a família!!

  2. Anônimo says:

    Ele vai ser velado no ginásio de esporte

  3. Jane says:

    Meus sentimento

  4. Helena says:

    Grande amigo..o céu te espera

  5. Rejane Abreu says:

    Meus sentimentos a toda familia

  6. Eiane says:

    Que deus receba este homem maravilhoso,seu peri uma pessoa linda por dentro e por fora,va em paz seu peri,deus conforte a familia.

  7. juracy pintor says:

    Meus sentimentos a toda familía a vc jorge força e sabedoria tive o previlegio de conhecer seu pai uma pessoa super legal .

  8. Tânia Novaes says:

    Deus conforte toda a família. Pessoas maravilhosas que tive a honra de conhecer e conviver. Seu Peri sempre alegre sorriso claro sempre alto astral. Com certeza estará lá de cima cuidando e confortando a todos .

  9. Vasco says:

    PERI era a alegria em pessoa. Contagiava qualquer ambiente com seu alto astral. Mesmo partindo com uma idade que poucos tem a felicidade de atingi-la, pessoas como ele deveriam ser eternas. Deus o espera. Fui treinado por ele no Esporte Clube Brasil. Até um dia, Campeão. Vasconel

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