19 de abril de 2024

Chesf: Eletrobras pode privatizar Hidrelétricas de Paulo Afonso e Xingó

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REDAÇÃO - PA4.COM.BR COM O GLOBO

A Eletrobras pode privatizar até 14 usinas hidrelétrica antigas pertencentes às subsidiárias Chesf, Furnas e Eletronorte, se a reforma nas leis do setor elétrico avançar da forma como o Ministério de Minas e Energia propôs no início deste mês. Esse movimento deve afetar as contas de luz de todos os brasileiros, mas tem potencial de reforçar o caixa da estatal e as contas do governo. Para diluir os aumentos e preparar o sistema elétrico para uma nova forma de comercializar a energia produzida pelas usinas, o governo avalia colocar todo esse volume à venda de maneira escalonada.
Juntas, essas usinas têm hoje capacidade instalada de 13.907,51 megawatts de energia e geram eletricidade suficiente para atender a de 20 milhões a 25 milhões de residências. As 14 usinas da Eletrobras que podem ser vendidas operam cobrando apenas os custos de operação e manutenção, com preços predefinidos, pelo chamado regime de “cotas”. No total, a estatal conta com 47 hidrelétricas.

 

Entre as principais hidrelétricas que podem entrar na lista para concessão ao setor privado estão o Complexo de Paulo Afonso (na Bahia) e Xingó (entre Alagoas e Sergipe), operadas pela Chesf; e usinas de Furnas, como Marimbondo e a Hidrelétrica de Furnas (ambas em Minas Gerais).

 

Caso prossigam as mudanças de regulação das elétricas, com a privatização, a estatal poderá trocar o modelo adotado nessas usinas, de preço fixo em cotas pelo preço de mercado, definido de acordo com a demanda.

 

MODELO PARA ATRAIR INVESTIDOR

 

Atualmente, a tarifa das cotas é de cerca de R$ 60 por megawatt-hora (MWh). Nos contratos do mercado regulado, firmados em leilões, por sua vez, a Eletrobras apurou a tarifa média de R$ 200/MWh em 2016. É daí que vem o aumento na conta de luz. Caso todas as usinas sejam privatizadas de uma só vez, o impacto previsto pelo próprio governo nas contas de luz de todos os brasileiros é de uma alta de até 7%.

 

Por isso, as hidrelétricas devem ser ofertadas ao mercado de maneira escalonada, tanto para reduzir os impactos nas tarifas, quanto para preparar as distribuidoras para a nova realidade do sistema.
Hidrelétricas ficam nas regiões Norte, Nordeste, Centro Oeste e Sudeste
A mudança na forma como a energia dessas hidrelétricas é comercializada tem o objetivo de deixá-las mais atraentes para investidores. Dessa forma, a interpretação é que elas poderiam ser vendidas por preços maiores. O modelo representa o abandono das regras estabelecidas pela medida provisória (MP) 579, publicada no governo Dilma Rousseff, que criou o regime de cotas. Com essa MP, que mudou regras com a promessa de reduzir a conta de luz, a Eletrobras passou a receber apenas uma receita para operação e manutenção desses ativos, que representam cerca de um terço da sua capacidade instalada total.

 

O governo atual alega que a mudança é inevitável e que a Eletrobras vai ganhar com as privatizações. O baixo preço da energia vendida pelas 14 usinas é apontado como uma das causas do fraco desempenho financeiro da estatal nos últimos anos. Só no ano passado a empresa voltou a gerar lucros, após quatro anos seguidos de prejuízos (2012 a 2015), período em que acumulou perdas de R$ 30 bilhões.

 

A venda das usinas da Eletrobras não é unanimidade entre especialistas do setor elétrico, apesar de a notícia ter sido bem recebida pelo mercado. Roberto D’Araujo, diretor do Instituto de Desenvolvimento Estratégico do Setor Elétrico (Ilumina), avalia que as usinas da Eletrobras exercem funções sociais que vão além da geração de energia. Ele diz, também, que o impacto nas contas de luz ainda não está claro.

 

— A Eletrobras não é uma empresa de governo, é uma empresa do Estado brasileiro. Há um aumento de tarifa que não está sendo explicitado corretamente. Os R$ 60 são o que nós pagamos. Ali já tem imposto, tarifas de conexão de energia. O preço que realmente é vendido para as distribuidoras é muito mais baixo. Se ocorrer a venda, o aumento será monstruoso — disse o analista.

 

No Nordeste, a Chesf, por exemplo, é responsável por sistemas de irrigação que atendem a dezenas de produtores locais. Para Fernando Umbria, consultor da LPS Consultoria Energética, no entanto, a energia gerada por essas usinas precisa voltar a ser competitiva.

 

— O modelo sempre foi aquele que olha para geração de energia como um segmento competitivo, e não como um segmento regulado. A ideia é recuperar o modelo do setor e levantar recursos. Os últimos anos foram ruins para a Eletrobras. Ao abrir mão de usinas, ela vai se tornar uma empresa menor, mais enxuta, com quadro mais adaptado, para se tornar uma empresa viável — disse Umbria.

 

TESOURO PODE FICAR COM MAIS RECURSOS

 

Para aumentar o valor das usinas, o governo também deve recalcular a chamada garantia física das hidrelétricas antigas da Eletrobras antes de colocá-las à venda. A garantia física é o total de energia que as usinas podem negociar com o mercado de energia elétrica. Em alguns casos, a garantia assumida é calculada sem levar em conta o quanto a usina pode oferecer. Se a operação estiver superestimada, a hidrelétrica recebe mais dinheiro do que o necessário para operar. Caso contrário, a usina gera mais energia e recebe menos pelo que é produzido. Em todos os casos, os custos são repassados ao consumidor. A intenção, agora, é recalcular o quanto essas usinas podem vender ao mercado e deixá-las mais atraentes para investidores.

 

O governo, porém, ainda não tem estimativa de quanto poderia ser levantado com as outorgas, que poderiam superar R$ 30 bilhões. Esse valor já despertou atenção da equipe econômica. Por isso, o Ministério de Minas e Energia admite rever a proposta de dividir igualmente entre Tesouro, Eletrobras e a Conta de Desenvolvimento Energético (CDE, um fundo setorial) os recursos que seriam gerados com a venda dessas usinas.

 

Por pressão dos ministérios da Fazenda e do Planejamento, a maior parte dos recursos pode ir para o Tesouro. Com necessidade de aumentar a arrecadação diante da queda nas receitas, a equipe econômica defende que a maior parte dos recursos arrecadados com a venda das usinas fosse destinada às contas públicas. Mesmo assim, as propostas foram colocadas em consulta pública com a divisão em partes iguais, o que pode ser revisto. Para a Eletrobras não sair perdendo, posteriormente a estatal receberia recursos por meio de aumento de capital por parte da União.

 

A consulta pública ficará aberta até agosto. A intenção é levar as mudanças ao Congresso Nacional, por medida provisória ou projeto de lei, em setembro. E, pelos planos dos técnicos do governo, tudo estará em vigor em janeiro de 2018.







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COMENTÁRIOS

Comentários 29

  1. paulo afonsino says:

    estava demorando BRASIL somos escravos dos politicos regime mlitar já

  2. Filha de funcionárioo says:

    Isso só vai acontecer se o sindicato fica calado pois esse governo só que ver as pessoas desempregadas ai chamam o povo de vagabundo. Volta Lula urgente. Governo e senadores so pensa neles pois tem salário alto. Vamos salvar nosso Brasil o povo na rua urgente e Pará tudo. Acorda meu povo😨😨😨

    • Ilka says:

      Verdade.👏👏👏 povo na rua , lutar por o q é nosso. #voltalula

    • jack tequila says:

      kkkkkkkkkkkkkkkkk, podem continuar sonhando q o lula larápio vai voltar!? akilo eh um comunista …safado! éh mais fácil ele doar a eletrobrás pra “ajudar” algum país comunista, como a dilma fez com bilhões de recursos do tesouro brasileiro. pode bater lata, pode fechar rodovias, mas o único lugar pra onde o lula vai éh pro xilindró! kkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkkk

  3. De olho... says:

    Governo atras de dinheiro. As estatais não geram prejuízos e ainda vendem a energia barata para a população. Não justifica vender. Porém um governo corrupto que só busca favorecer os empresários para receberem financiamento de campanhas vende o que for possível. No meu ver a solução mais rápida para o Brasil é uma ditadura, queria ver o exercito entrar no congresso e senado e retirar todos algemados. Seria o papa-capim dos sonhos de todo brasileiro honesto.

  4. Elio says:

    Ótimo.
    Porém duvido muito que encontre quem queira ficar com alguma usina no Rio São Francisco, pois todos sabemos, que há muito tempo estas usinas não produz nada, principalmente as de Paulo Afonso.
    Bem como a tendência é diminuir mais ainda a vazão do Rio, deixando o futuro dessas usinas ainda mais incerta.

  5. Thiago says:

    Da ultima vês que queriam vender, foi quando o rio ficou quase seco e dessa vês Deus também vai tomar providências, pois isso só é desculpas de querer vender que é para cobrir o…, infelizmente essa é a realidade!

  6. Claudia says:

    O dinheiro da venda vai para o caixa do governo e nós vamos ter que arcar com o aumento da energia????

  7. Chesfiano says:

    Não precisa vender! basta revogar a burrada que a Dilma fez (MP 579). Mais uma que o PT aprontou!

  8. JAILSON says:

    COPIANDO DO TEXTO: “fraco desempenho financeiro da estatal nos últimos anos. Só no ano passado a empresa voltou a gerar lucros, após quatro anos seguidos de prejuízos (2012 a 2015), período em que acumulou perdas de R$ 30 bilhões.”QUAL PARTIDO POLÍTICO ESTAVA NO PODER? PT. MAS UMA HERANÇA MALDITA DESSE PARTIDO! AÍ APARECEM UNS ALIENÍGENAS PEDINDO VOLTA LULA!
    PERGUNTA: QUEM É O GRUPO POLÍTICO QUE ESTÁ ARQUITETANDO ESSA MANOBRA PARA SE DAR BEM? COM CERTEZA SERIA O FIM DE PAULO AFONSO!

    • Janperson says:

      diga ai, quem foder com a populacao, e ainda colocar aquele patife no poder, MILITARES NO PODER JA.

  9. José Bezerra Ferreira Júnior (Júnior ureia says:

    Eu não entendo como um produto que é vendido 24 horas por dia consegue gerar prejuízos.
    Gente são 24 horas ininterruptas por dia

    • Estevam says:

      Gera 24 horas por dia se tiver água para rodar a turbina!

      Você sabe quando a sua conta vem na bandeira vermelha?
      É quando a quantidade de energia elétrica gerada por hidrelétricas não é suficiente para alimentar o sistema. Ai é necessário comprar energia de termelétricas.
      Você sabe quantos meses ficou pagando sua conta na bandeira vermelha?

  10. Afonso says:

    Tomara que privatize logo. Demorou demais já!

  11. Doritos says:

    Vendo até minha mulher, que é minha, que dirá essas porcarias que só serve pra encher de indicado de político ladrão! Venda logos essas pestes tudo, usina, Chesf, petrobras!
    Vão tudo pra casa do chapéu, tô cansado de sustentar servidor público e político que ganha com a cara

  12. paulo afonso says:

    vende mesmo… nao tras beneficios nenhum a nossa cidade.. emprego? cade.. um hospital digno para nossa populaçao que era o minimo que essa porqueira da chesf poeria fazer.. cade? concurso publico.. um administrador competente da terra, que traga benefícios para nossa cidade… ja devia ter privatizado.. ao menos traria emprego a nossa cidade..

    • Anônimo says:

      Paulo Afonso, só fala merda. Vai estudar,?concurso Público tem vários pra fazer. Agora vc deve ser um preguiçoso que quer entrar em uma empresa federal sem estudar.

  13. marcos says:

    Demorou!! Porquê o que a gente ver de funcionários durante o expediente de trabalho batendo pernas no mercado CEASA, nota-se que alguns não produzem nada e só estão na Empresa Para ganharem dinheiro, e essa inoperância é custeada por nós do setor privado. Se não acreditam então verifiquem no CEASA.

  14. AMARO says:

    AGORA PADRE ERALDO NÃO VAI MAIS QUERER QUE PAULO AFONSO SEJA ALAGOAS, PQ VAI ACABAR OS ROTYS (DINHEIRO)KKKKKKKKKKKKKK

    • Elio says:

      Roytes paga-se tanto empresa pública ou privada. E uma contraprestação pelo uso econômica de recursos naturais.

  15. Maria Helena Viana says:

    Essa Chesf vendeu as casas aos funcionários que se aposentaram, agora tiraram os cartões de acesso das viúvas e dos filhos, impedindo a passagem de acesso moxotó Al a Paulo Afonso é vice versa , por favor divulguem isso obrigada

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