A poetisa mineira Adélia Prado escreveu: ‘Não quero nem faca nem queijo. Quero a fome’. Em política, principalmente levando em consideração a forma como se opera a coisa pública no Brasil, a barriga vazia tem sido a garantia de se manter a vigilância e até onde dá, certa isonomia e liberdade ao Poder Legislativo.
Então com uma bancada numerosa, dos onze vereadores, oficialmente, apenas três foram eleitos para a oposição, o governo pode deitar e rolar – e agora, até Dorgival Araújo (PDT), informou que ‘atendendo a um pedido familiar’ não será oposição ao prefeito David Cavalcanti’. ″Serei oposição às coisas erradas″, disse em seguida. Mas o incorreto, quando a fome está saciada pode passar desapercebido, não é mesmo?
Então, oposição dura, como se diz, restaram dois homens: Valério José (PT) e Alex Almeida (PDT), este que foi liderança da bancada da minoria por oito anos, informou que passou o bastão para o colega Valério.
″A nossa primeira decisão foi designar a partir desse mandato um novo líder para a oposição, eu ocupei esse cargo por oito anos, e acredito que a alternância entre as pessoas que ocupam o poder é salutar para o fortalecimento da democracia″, explicou Alex.
Muito coerente a decisão do Vereador Alex mas essa alternância pode ter um grande prejuízo se o Vereador Valério não corresponder como líder assim como correspondeu o Alex ao longo desses 8 anos.