29 de março de 2024

Morre em Paulo Afonso a cangaceira Aristéia, aos 98 anos

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Morreu as 13:00 horas de hoje, dia 28 de janeiro de 2012, no Hospital Nair Alves de Sousa, em Paulo Afonso – BA, a cangaceira Aristeia Soares de Lima. Ela estava internada desde segunda feira, dia 23 deste mês. Aristeia será sepultada no Capiá da Igrejinha, no município de Canapi, Alagoas, nesse domingo, dia 29.

Aristéia não conseguiu este ano fazer o que sempre era o seu grande prazer: participar das novenas que são realizadas todos os anos no mês de janeiro em Capiá da Igrejinha, sendo que a noite do dia 24 de janeiro, é "A Noite dos Soares", em homenagem a ela e à sua família em sua Capiá da Igrejinha, em Canapi-Alagoas. 

Este ano, a Folha Sertaneja esteve com Aristéia na casa do seu filho Pedro, no Povoado Jardim Cordeiro, onde morava há anos e recebia todo o cuidado de Damares, esposa de Pedro e dos netos. Quando chegamos a casa estava cheia de amigos que moram longe mas sempre estavam ali para lhe dar um abraço e terem bons momentos de prosa.

Antônio Galdino

Aristéia com os filhos

De memória privilegiada, Aristéia relembrava fatos dos seus tempos de cangaceira com uma riqueza de detalhes impressionante. Falava muito da amiga Durvinha e de Moreno que era o lider do grupo de que ela pertencia. Nunca viu Lampião nem Maria Bonita que depois, conheceu por fotografia.

Aristéia tinha um carinho especial pelo escritor João de Souza Lima, com quem teve a oportunidade, junto com o filho Pedro, de fazer várias viagens, três delas para Fortaleza, onde participou de eventos, congressos, seminários que discutiam o cangaço no Nordeste brasileiro.

Em sua primeira viagem de avião, enquanto todos estavam apreensivos, ela ficava olhando, tranquila, o copo d`água na mesinha na frente da sua poltrona e admirando a estabilidade do vôo.

Antônio Galdino

Aristéia com a bisneta Lara

Aristéia participou também do I Seminário do Centenário de Maria Bonita realizado em Paulo Afonso e organizado por João de Souza Lima e pelo Departamento de Turismo da Prefeitura.

Além de João de Souza Lima, que já confirmou sua presença em Capiá da Igrejinha, na manhã deste domingo, dia 29, certamente outros pesquisadores do cangaço que moram na região, como Alcino, de Poço Redondo, Vilela, de Garanhus, Kiko e outros também vão estar ali, para o último adeus a uma das últimas remanescentes do cangaço.

Segundo João de Souza Lima informou à Folha Sertaneja "só existiam vivas duas mulheres cangaceiras: Aristéia e Dulce Menzes, que mora em Campinas, São Paulo. Com a morte de Aristéia, fica apenas Dulce a uma mulher que viveu as agruras daquele dificil período da história do Nordeste do Brasil e ainda pode contar esta história."

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